Empatia é uma daquelas palavras bastante usadas e virou quase um clichê quando vamos falar dos relacionamentos interpessoais, quando vamos falar do mundo em que vivemos. Quem nunca escutou “tá faltando mais empatia no mundo”. E, sob a minha perspectiva, até acho que há uma verdade nisso. Exemplos não faltam.
"Empatia é colocar-se no lugar do outro"
A definição é simples...simplista...simplérrima para algo tão humano, tão complexo. Porque, na verdade, não há como sabermos o que é o lugar do outro, lugar este que é único, singular. O que há é uma possibilidade de, como humanos, buscarmos minimamente supor o que é estar naquela situação.
De todas as coisas que leio sobre empatia, a abordagem da Brene Brown é uma das quais me identifico. No vídeo, ela coloca que empatia é conexão.
Conexão consigo para, então, conectar-se ao outro. Eu me conecto com algo em mim que conhece, talvez, o sentimento que o outro apresenta.
Lá no episódio com a minha filha de 6 anos, eu pude conectar-me com ela, e assim ajudá-la, porque me conectei com a criança que um dia eu fui. Nestas situações, geralmente crianças sentem medo ou tristeza. Fui lá checar...
Exercitar a empatia envolve presença e escuta de verdade. Não se trata de sentir como o outro, mas sentir COM o outro, ESTAR com o outro. Para empatizar com as pessoas, então, é importante o exercício de tomada de perspectiva, de reconhecer a perspectiva do outro como verdadeira. Sem julgamentos.
Às vezes, com a melhor das boas intenções, buscamos positivar a situação de alguém, apontando “o lado bom”. Recentemente, passei em minha vida por uma situação difícil, que chegou de maneira rápida, intensa, dolorosa e com final triste. Esta travessia também foi recheada de muito amor, muito apoio, muita amizade e ajuda de amigos, família e pessoas queridas. Na melhor das boas intenções e, procurando fazer o seu melhor, muitas destas pessoas queridas buscaram positivar a minha situação: “Gabriela, pelo menos.....”; “Ah, todo mundo passa por isso”; “Isso é a vida”; “Ué, você não é psicóloga?”.
Algumas falas eram até engraçadas, mas o fato é que algumas delas entraram como lança em meu peito porque estavam completamente sem a tal da “tomada da perspectiva alheia”. E não era por falta de amor e solidariedade a mim, mas sim porque a tal da empatia é desafiadora. As pessoas que já haviam passado por situação bem semelhante à minha estabeleceram uma conexão mais empática comigo. As que ainda não, uma conexão mais simpática. Esta não é uma conclusão científica; é uma observação apenas.
O bom da vida é que a gente, se quiser, segue aprendendo. No meu aprendizado emocional, pude perceber que muitas vezes fui simpática e dei apoio, mas não me conectei verdadeiramente com a dor alheia. A minha intenção foi boa, mas não sei se ajudei muito....
Vivendo e aprendendo!
Gabriela, quanta sabedoria e leveza em abordar esse tema que parece simples mas é tão profundo e complexo. Adorei cada colocação e me gerou reflexões acerca da minha intenção em ser empática. Inclusive.. fique pensando se fui eu uma dessas pessoas “simpáticas” no seu momento de dor..
Continue escrevendo com sua espontaneidade.. Sou sua fã!
Forte abraço!!
[…] dois últimos textos, falei sobre entender as emoções e sobre a empatia. Juntamente com a atitude de expressar as emoções construtivamente, essas ações formam a nossa […]