Nos dois últimos textos, falei sobre entender as emoções e sobre a empatia. Juntamente com a atitude de expressar as emoções construtivamente, essas ações formam a nossa Educação Emocional. Uso como base o método de Educação Emocional criado por Claude Steiner, mas este texto não é um resumo das três atitudes e sim, uma reflexão pessoal sobre o tema.
Expressar as emoções construtivamente acredito ser tão desafiador quanto importante.
Desafiador porque, na hora que a emoção vem, principalmente quando vem com intensidade, torna-se um grande desafio “pensar no que vai falar” ou “se segurar e não falar”.
Importante porque a gente nunca sabe o efeito que o que falamos fará no outro.
Se eu não souber o que eu estou sentindo e o que isso causa em mim, corro o risco de colocar pra fora de qualquer jeito. E lanço láaa no outro a minha flecha. Claro, muitas vezes podemos reparar, pedir desculpas, dizer que estávamos com “a cabeça quente”. Mas melhor mesmo é quando conseguimos expressar construtivamente o que sentimos e o que precisamos falar para o outro.
Eu não acho que seja fácil. Mas eu também percebo que é uma atitude que pode ser desenvolvida para conseguirmos fazer diferente algumas vezes, até - com o tempo - fazermos diferente na maior parte das vezes.
Falar até papagaio fala.
Agora, se eu quero um contato real com o outro, se aquela relação é importante para mim ou pelo menos para o meu dia-a-dia no trabalho, pode ser útil seguir alguns passos:
- Pedir permissão para falar o que estamos sentindo, o que a atitude do outro causou em mim.
Sim, permissão. Se o outro não está disponível para escutar, não me dá essa permissão, eu posso até falar, mas muito provavelmente não serei escutada. Se o que se quer é um desabafo, aí então... avante! Em treinamentos, alguns participantes colocam que no meio organizacional essa tal permissão não é possível. Verdade... talvez em alguns momentos isso fique mais difícil. Mas, experimente em outros momentos que podem ser adequados. Basta perceber que às vezes aquele não é o melhor momento para falar com a pessoa.
- Outro ponto é a autenticidade.
Contato real e de qualidade necessita dela. Busque se expressar de forma honesta e transparente. E é sempre bom lembrar: ser sincero é diferente de cometer o sincericídio. Esta história de “eu digo o que penso doa a quem doer” não combina com Educação Emocional.
Excelente reflexão Gabi!
Nem sempre a verdade ns liberta…