Esta semana o assunto, nas redes sociais, é a desistência da atleta olímpica Simone Biles. Ela abriu mão de participar da final da categoria em que compete e, num dos depoimentos, disse:
“Não confio em mim tanto quanto antes… Em alguns dias, quando todos falam com você, você sente o peso do mundo. Não somos só atletas, no fim do dia somos pessoas. Em algum momento você simplesmente tem que dar um passo para trás”.
Esta e outras reflexões da atleta, sobre desistir de uma conquista, fizeram o tema saúde mental bombar na internet. No caso da Simone, a saúde mental pode ser uma das questões. A gente não sabe ao certo: tantas coisas podem estar se passando nessa situação e quem não está perto da ginasta não tem conhecimento de tudo o que pode estar envolvido na decisão de renunciar a participação numa final olímpica.
O caso da Simone me fez lembrar da renúncia do papa Bento XVI. Sim, um Papa que renunciou ao cargo. Bento foi o primeiro da história a abrir mão do papado. Em declaração oficial, ele disse que a decisão de desistir foi devido à fragilidade da idade avançada e às exigências físicas e mentais do cargo. Também não sabemos se foi só isso.
Tanto a história da ginasta quanto a do Papa fazem a gente pensar que sempre dá para mudar a rota, que sempre dá para desistir. Sempre dá para tomar a decisão de parar, de pensar “aqui não mais”, “não quero mais isso para mim”.
Desistir, em meio a tantos dilemas, pode ser uma decisão muito difícil de se tomar. Cada pessoa desiste ou renuncia no momento em que está pronta para tomar essa decisão. Precisa, é claro, arcar com as consequências. Surgirão julgamentos como: “poxa, mas foi deixar chegar na final das olimpíadas para desistir?” ou “como um Papa renuncia a um cargo que tantos querem?”. Mas respeitar os próprios limites, buscar o autoconhecimento para entender suas próprias razões mais profundas, pode mesmo levar a uma guinada no rumo da nossa história.
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