Este trocadilho com a hashtag da RPC me veio à mente ontem, após a conversa com algumas amigas.
Que sorte tem a nossa geração de ter que enfrentar uma quarentena em tempos de internet. Continuamos conectados, com acesso à muita informação e conteúdo. Sem dúvida, isso é muito bacana e útil. Mas, nesta semana, com a intenção de “não deixar a peteca cair”, vimos uma enxurrada de posts, de cursos, lives, dicas do que fazer, de como liderar, de como investir na carreira neste momento, dicas de coisas pra fazer, fazer, fazer. Disse uma das minhas amigas “não aguento mais este monte de dica do que fazer, será que só eu não estou sabendo lidar com a coisa?”
Acho que todos nós estamos aprendendo a lidar com algo novo, com uma rotina fora do normal. E é normal que façamos de um jeito familiar ao mundo moderno: fazendo, fazendo e fazendo, na lógica de ser produtivo sempre.
Mas também é importante para lidar com tudo isto, fazer contato com o que está sentindo, PENSAR a respeito e não só FAZER. É meio louco isto. Eu me peguei chateada, porque fiz dois dias de aula online de yoga (sim, aqui às vezes também rola de ser digitalmente influenciada... rsrsrs) e não deu match!
E são nessas horas que aquele investimento que fazemos em autodesenvolvimento, autoconhecimento retorna pra gente. Peraí, por que eu estou fazendo isto? Do que eu preciso? Do que eu gosto? Preciso aproveitar para fazer tal coisa, tenho que ou QUERO?
Tá tudo bem também ficar sem energia, tá tudo bem não ter um dia produtivo. Tá tudo bem levar um tempinho pra entender como será a sua rotina ou se decidirá viver sem rotina...
Por aqui, a quarentena é em quarteto. Há dias que os humores estão bons e a convivência é bacana; noutros, saem “faíscas da convivência”. Há dias que o quadro de atividades da Marina é seguido à risca; em outros, tudo se atropela e juntas aprendemos mais sobre flexibilidade e malemolência. Há dias que nada de novo acontece e há dias que descobre-se um novo talento na família: Clara tem alta habilidade para pintar a raiz do cabelo da mãe. Há refeições impecáveis quanto à qualidade dos alimentos e outras de dar vergonha. Home-office não é novidade pra mim, porque já trabalho neste esquema há seis anos. Mas, dividir meu notebook, ter escala para usá-lo... ahhhh, isso sim é difícil.
Às vezes sigo focada e produtiva, às vezes fico perdida feito barata tonta. Nessas horas, preciso entrar no mundo de Gabriela e silenciar. Já é um combinado nosso. Eu me fecho no quarto, tomo um tempo, faço nada, pra depois retornar mais inteira para a convivência.
Fazer nada também é ok!
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